A magnitude da música não dispensa o silêncio. Devíamos aguçar os sentidos, principalmente, para ouvir o silêncio. Raros são os que o escutam e percebem, por exemplo, a variedade de sons durante a madrugada.
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Seguir a Deus, a fonte da inteligência, é simples;
mas difícil quando o maior desafio que temos somos nós mesmos. |
Nossos equipamentos chacoalham em cima da carroceria e nós, entre estes e em meio ao risco. Retornamos pra casa de nossos shows, cansados, preocupados com nossa segurança; mas com a paz conosco. Não ganhamos dinheiro e sim a proximidade com Deus. Somos parte da complexa existência inventada pelo criador excelente.
No percurso de casa vemos as estrelas e identificamos a que mais nos interessa o brilho. Compartilhamos as gargalhadas com o frio. Contamos a nós mesmos, nossas falhas durante a apresentação e nos divertimos muito com isso. A alegria, o bom humor é um privilégio das pessoas inteligentes. Seguir a Deus, a fonte da inteligência, é simples; mas difícil quando o maior desafio que temos somos nós mesmos. A nossa preguiça, o cansaço, os compromissos, o caráter, a superação de si mesmo é o princípio para a evolução.
De repente o ronco do motor volta a solicitar o ouvido; a lona vira o cobertor e disfarce de cristãos que se passam por mercadorias, onde só passam mercadorias na fiscalização. O cansaço instiga o sono inevitável. A alegria de estar perto de casa toma conta. Chegamos a nossa sede. Já o sangue circula melhor nos músculos dos braços, pois as caixas de som são bem pesadas, são nossas e devem ser guardadas.
O show foi muito legal e quando começa um pouco de vaidade, o percurso até em casa e os erros cometidos, nos faz lembrar que há muito a ser feito. Não no campo do que foi executado nas músicas, mas no que foi tocado no coração seu, e de quem o ouviu. Graças aos que conseguem crescer pela crítica sem desanimar; e entendimento aos que se corrompem pelos elogios. Obrigado Deus pelo silêncio que faz refletir! Do silêncio é que se inicia a música.